martes, 26 de febrero de 2008

Rumor adentro e outros cantos de vida pra fora/Del Libro Rumor Adentro Y Otros Cantos De Vida Afuera/Otto Oscar Milanese

Rumor adentro e outros cantos de vida pra fora/Del Libro Rumor Adentro Y Otros Cantos De Vida Afuera/Otto Oscar Milanese


Um pé sobre a terra,

sobre a mansa ferida da terra:

os dois pés,

e encheram-se dos rios as pisadas,

para procurar o rumor,

o simple rumor,

das sombras que não pode molhar na água.

E assim vão pés e pisadas,

sobre a mansa ferida turva do rumor,

como rios que vão pra as brumas da nada,

pés e pisadas são as sombras assombradas,

da batida e coração,

e cala o rumor das águas nas bordas,

para beijar o silêncio dos caminhos e trilhas,

que alguma vez foram coração

de todo o que no mundo se afasta.

Eu reconheço que não posso ser mas do que hei sido,

gladiator das rotinas,

noturno acento das saudades,

filho do verso que sua

os gritos das ruas na alma.

Eu hei andado,

Meus pés são um tatuagem das ruas,

meus pés são um linguagem das distâncias.

Eu hei andado,

fui passo além de outras trilhas,

para voltar-me esquina,

mercado,

porta

e praça,

sempre fui além dos meus passos,

para me-alcanzar,

para retratar a vã perseguição,

de querer pisar a vida com na alma.

Cansaço ontem meu,

hoje chatice das saudades,

por estas ruas varredas

do amor e das fadigas,

tua sombra é a laço que me une aos cemiterios.

Meu corpo é chave dos corredores infinitos,

apenas sinto-me na solidão do mundo,

como um segundo de história anônima,

porque fui ginete das brisas,

e o amador amado entre a noite e a palavra,

fui o amante furtivo da cidade hipoconríaca,

fui uma paragem de malas novas chamado coração,

Porque fui das tuas ruas,

sem abandonar as minhas,

e nos momentos das tuas mãos,

fui um esvoaçar dos tempos,

instante da existência entre papéis,

letargias das auroras nos dedos,

para ter a estatura do amor que você tem amado.

E olha-me aqui,

com a pensada necessidade de usar relógio,

com tua pressa de chegar cedo,

com a contaminação da minha carne,

olha-me aqui como uma multidâo empurrada

para o vicio das repitações,

olham-me aqui, humano e com Deus,

com linguagem,

sonhos,

e direçôes,

olha-me com minha própia humanidade,

reduzida aos cifras do salario.

Se tem dito querer-me alguma vez,

lembra-me o cheiro a ventre de onde venho,

para que cada pisada aborta um coração,

e a alma seja uma janela colgada dos aguaceiros.

Porque antes do rumor,

meu peito foi o deserto

onde começaste a erigir,

acorda-me, pois, como homem,

de entre teus escombros metropolitanos,

porque êsse é todo meu valor,

sem estatísticas,

sem Wall Street,

porque á medida de cada homem,

vai crescendo uma morte,

um desterro dos esquecimentos,

apenas temos sido,

sem saber que já não somos,

Somos destas ruas e distos povos,

somos destas mortes,

e distos heróis,

das guerras rotineiras

que asomâo em cada amanhecer.

Homem,

êste alento dos dolares e chaminé,

não é o alento da existência,

êste pulso dos trens e dos horários,

não é a batida do amor.

Homem,

teu espelho não é o cristal frente ao qual te pentea,

teu espelho é outro homem pelas ruas.

Para viver,

amar,

respirar,

ser rua dos ventos,

e das solidões que armão ao silêncio,

deixar além da existência marcas que sangrão sonhos,

ser a quotidianidad,

ou o absurdo,

na costume a um chefe,

e o respeito aos salários,

e ocupar toda a vida,

assim, vivendo instantes,

com um Deus que nos escuta,

misérias e fracasos.

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